Open/Close Menu O nosso alvo é voltar ao " primeiro amor " ganhando almas para Cristo, obedecendo assim a grande comissão, deixada por Jesus em Mateus 28:19-20

As Sete Imagens da Igreja em Efésios — A Família

Em Cristo somos uma família e devemos andar em unidade. Portanto, a quarta imagem da igreja que vemos no livro de Efésios é A Família.

Talvez sua própria família não tenha o que hoje você tem recebido de Deus, e por isso eles não puderam te dar até aqui o que você realmente precisava. E talvez por isso você pode não ter conhecido ao longo da vida um modelo adequado, e sendo assim, será que você tem uma consciência do que de fato representa uma família?

O que caracteriza uma família?

O texto original do Novo Testamento foi escrito no grego, e a tradução para o português não nos permite compreender a semelhança (proximidade) de duas importantes palavras que são chave para o tema de hoje: Pai e Família.

No grego, a palavra para pai é “pater” e a palavra para família é “pátria.” O relacionamento entre essas duas palavras fica evidente na oração do apóstolo Paulo: 

Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. — Efésios 3:14-15

A família vem da paternidade. Toda família nos céus e na terra tem origem na paternidade do pai. Portanto, ter Deus como nosso Pai nos torna membros de Sua família.

No Novo Testamento, o título mais comum usado para identificar o povo de Deus é “irmãos”, enfatizando que temos uma mesma filiação, um mesmo Pai, o que nos torna uma família espiritual.

Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus — Efésios 2:11-19

Vejamos também estes últimos dois versículos, na versão TPT:

E agora, porque estamos unidos a Cristo, ambos temos acesso igual e direto no reino do Espírito Santo para comparecer diante do Pai… filhos com todos os direitos como membros da família da casa de Deus.

Perceba que as três pessoas da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) são representadas aqui: Por meio de Cristo, o Filho, temos acesso ao Pai, através do Espírito Santo.

Estamos na posição de filhos, com todos os direitos. Somos íntimos, somos da casa, da mesma família. Cristo nos deu acesso ao Pai, e por isso nos tornamos membros da família de Deus! 

O propósito de Deus nesta mensagem é que entendamos o quão centrais somos para a realização de Seus propósitos na Terra. Não estamos aqui por acaso.

Princípios Chave para sermos uma Família

  1. Relacionamento com o Pai.

“Porque convinha que Aquele [Deus Pai], para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse o Autor da salvação deles [Cristo] por meio de sofrimentos. Pois tanto Aquele que santifica [Cristo], como os que são santificados [nós, filhos] são todos de um só Pai; por essa razão, Ele [Cristo] não se envergonha de chamá-los irmãos, dizendo [aqui Jesus citou o Salmo 22:22], “Proclamarei o teu nome aos meus irmãos, cantarei louvores ao teu nome no meio da congregação.” — Hebreus 2:10-12 NASB

Tanto Cristo como nós temos um só Pai, e Cristo não se envergonha de nos chamar de irmãos.

Cristo morreu e sacrificou Sua vida para que todos pudéssemos ter livre acesso a Deus Pai, tornando-nos assim, filhos e filhas d’Ele. 

Resultando em uma grande família!

Duas características enfatizam a ideia da paternidade de Deus:

A. A característica primária e decisiva é uma fonte de vida compartilhada.

Quando todos nós compartilhamos a mesma fonte de vida (ou seja, somos do mesmo Pai), somos membros da mesma família. O Pai é a fonte de toda família, tanto celestial como terrena. Uma família não é uma denominação ou um rótulo, nem é uma organização ou uma instituição. Uma família é justamente uma família por ter a mesma fonte de vida, compartilhada.

B. A paternidade de Deus tem implicações relacionais em duas direções: vertical e horizontal.

A vertical é o relacionamento que cada um de nós temos com Deus como Pai. A horizontal aponta para os relacionamentos que todos nós temos uns com os outros, como membros da mesma família.

O relacionamento vertical com Deus é primário, mas também nos dá uma responsabilidade horizontal, uns com os outros. Não podemos reivindicar ser filhos de Deus se não reconhecermos Seus outros filhos como nossos irmãos.

Devemos ter esse relacionamento horizontal com meus irmãos, mas muitos valorizam mais os relacionamentos que têm lá fora, do que com os próprios irmãos em Cristo.

‘Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!’ — Salmos 133:1

Deus se agrada quando vê a unidade entre os irmãos. A falta de unidade no corpo, uma vida apartada é algo muito ruim e desagradável. Deus não se agrada com a nossa separação, exclusivismo. Aqui é onde está o nosso pecado como igreja, e temos que nos arrepender.

Esses dois relacionamentos dentro da família de Deus, o vertical e o horizontal, são lindamente exemplificados pelas palavras de abertura da Oração do Senhor:

“Portanto, orem da seguinte forma: Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome. — Mateus 6:9 NVT

Duas palavras muito importantes ocorrem logo no início desta oração: “Pai nosso”. 

A primeira palavra é “Pai”

Jesus está dizendo: “Tenha em mente que, por meio de Mim, vocês se tornam filhos de Deus. Sempre se aproximem de Deus como seu Pai, um Pai Amoroso, o Pai celestial, com quem vocês agora estão em um relacionamento correto, íntimo e real.”

A segunda palavra é “nosso” 

Não “meu” Pai, mas “nosso” Pai. O que isso significa? Ao passo que vamos na direção de Deus como “nosso” Pai, reconhecemos que Ele tem muitos outros filhos. Você não é filho único!

Todos os outros filhos de Deus são seus irmãos e irmãs. Esse reconhecimento exclui o egocentrismo de nossa parte.

O propósito de Deus é nos reunir em uma grande família de filhos modelados segundo o Filho modelo, Jesus. Tudo está cooperando para o bem ao longo da linha desse propósito, para nos tornar filhos conforme à imagem de Jesus Cristo.

‘Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.’ — Gálatas 6:10

E sabemos que Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam e que são chamados de acordo com seu propósito. Pois Deus conheceu de antemão os seus e os predestinou para se tornarem semelhantes à imagem de seu Filho, a fim de que ele (o Filho) fosse o primeiro entre muitos irmãos. (ou seja, o primogênito)
— Romanos 8:28-29 NVT

  1. Obediência e submissão

A. Em primeiro lugar, devemos submeter-nos a Deus Pai e ao nosso irmão mais velho, Jesus Cristo. 

Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim. Alguém que não se submete a Jesus jamais chegará ao Pai. — João 14:6 NVT

Falta de submissão tem um nome: rebeldia. E isso nos impede de chegar ao Pai.

B. Em segundo lugar, aos nossos apóstolos, pastores e líderes, autoridades que Deus ergueu em nosso meio por um propósito. 

C. E em terceiro lugar, uns aos outros, pois somos iguais diante do Senhor e devemos ouvir e respeitar uns aos outros. 

Isso significa que não há maior nem menor em nosso meio, no corpo, e que também devemos edificar, corrigir e exortar uns aos outros. Cada pessoa que é usada por Deus para te corrigir, é zelo de Deus para com a sua vida.

Vemos nas Escrituras algumas esferas de submissão uns aos outros:

Maridos e esposas

Sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo. Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor. Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja. Assim como a igreja se sujeita a Cristo, também vocês, esposas, devem se sujeitar em tudo a seu marido. Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, a fim de torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra. Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua esposa, como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo. Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja. E nós somos membros de seu corpo. “Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.” Esse é um grande mistério, mas ilustra a união entre Cristo e a igreja. Portanto, volto a dizer: cada homem deve amar a esposa como ama a si mesmo, e a esposa deve respeitar o marido.
— Efésios 5:21-33 NVT

Filhos e pais

Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, porque isso é o certo a fazer. “Honre seu pai e sua mãe.” Esse é o primeiro mandamento com promessa. Se honrar pai e mãe, “tudo lhe irá bem e terá vida longa na terra”. Pais, não tratem seus filhos de modo a irritá-los; antes, eduquem-nos com a disciplina e a instrução que vêm do Senhor. — Efésios 6:1-4 NVT

Escravos (empregados) e senhores

Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor. Sirvam com sinceridade, como serviriam a Cristo. Procurem agradá-los sempre, e não apenas quando eles estiverem observando. Como escravos de Cristo, façam a vontade de Deus de todo o coração. Trabalhem com entusiasmo, como se servissem ao Senhor, e não a homens. Lembrem-se de que o Senhor recompensará cada um de nós pelo bem que fizermos, quer sejamos escravos, quer livres. Senhores, assim também tratem seus escravos. Não os ameacem; lembrem-se de que vocês e eles têm o mesmo Senhor no céu, e ele não age com favoritismo. — Efésios 6:5-9 NVT

Estes versículos nos revelam de forma clara o que significa nos submetermos uns aos outros nas diversas esferas em nossos relacionamentos.

A submissão está diretamente relacionada a servir, e servir está diretamente relacionado a amar. 

Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. — Mateus 16:24

Jesus declarou que aquele que verdadeiramente quisesse segui-lo deveria negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz. Quem verdadeiramente ama renuncia a sua própria vida, seus interesses pessoais, sua maneira de pensar e de ver as coisas, pelo bem do outro. Um casamento de sucesso depende disso. E isso precisa começar dentro de nossa própria casa, e assim avançar para os nossos demais níveis de relacionamento.

Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros.  — Romanos 13:8

E isso de que maneira?
Amor — serviço — submissão.

Este é o nível de entrega e submissão necessários para que os relacionamentos dentro de uma família funcionem, e da mesma forma deve ser dentro da igreja. 

Para que vivamos em unidade e amor, devemos nos submeter uns aos outros por amor a Cristo e por amor à igreja.

  1. Nossa principal responsabilidade é amar

De que forma? Não estamos falando do amor que a maioria das pessoas conhecem por aí afora. No grego existem várias palavras diferentes que são traduzidas como “amor”, como são eros (paixão sexual), storgé (afeição familiar natural), philadelphia (amor fraternal) e ágape (amor divino), e é desse último a que nos referimos. 

O amor do qual estamos falando não é humano (não busca seu próprio interesse) e só por aí já percebemos que não se parece em nada com o amor que vemos no mundo. O verdadeiro amor provém de Deus, que é Amor expresso pelo termo grego “Ágape”.

Não podemos amar de verdade sem conhecer a fonte do amor – Deus. A manifestação do meu amor pelo próximo só é possível através deste amor agapal. Essa é a nossa responsabilidade horizontal para com nossos irmãos e irmãs: Amá-los com um tipo especial de amor: o amor divino, o amor ágape.

O amor é a manifestação e o desenvolvimento do caráter. Em 2 Pedro, vemos sete passos progressivos que nos levam a esse tipo especial de amor ágape (divino):

Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor [ágape].  — 2 Pedro 1:5-7

Você tem fé? A Escritura diz: “empenhem-se para acrescentar à sua fé” estas sete coisas a ela em sucessão:

  1. Virtude – excelência.
  2. Conhecimento– conhecer a vontade de Deus.
  3. Domínio próprio– Autocontrole, temperança.
  4. Perseverança– paciência, resiliência.
  5. Piedade– santidade.
  6. Fraternidade– irmandade (laços de bondade entre irmãos).
  7. Amor – ágape, que vem de Deus.

Não se detenha apenas em ter fé. Um verdadeiro cristão se empenha (esforça-se) a acrescentar tudo isso.

Amar o seu irmão é muito mais do que dar um abraço em alguém no culto. O amor é algo que tem que ser conquistado e cultivado. O Amor que Deus espera de nós envolve constante autonegação e submissão, pois Jesus disse que devemos tomar nossa cruz diariamente. 

Enquanto estivermos buscando agradar somente a nós mesmos, estaremos bem distantes desse verdadeiro amor, e não estaremos refletindo a vida de Cristo em nós. 

Nem sempre é fácil amar cada um dos nossos irmãos cristãos. Às vezes, é mais fácil amar os não crentes do que os cristãos. Precisamos mudar essa realidade. Esse é o tempo de vencermos nossa imaturidade e acrescentarmos à nossa fé o amor ágape, divino, que supera diferenças, tipos de personalidades, brigas, desacordos e tantas outras coisas. 

Como família em Cristo, devemos ser conhecidos como aqueles que:

  • amaram sem esperar nada em troca.
  • aqueles que estavam dispostos a dar suas vidas por seus irmãos.
  • aqueles que deram uma túnica extra, 
  • aqueles que deram a outra face.
  • aqueles que caminharam uma milha a mais
  • aqueles que amaram e serviram como Cristo amou e serviu a todos ao seu redor.

A característica essencial 

Deus Pai é a fonte de vida de todos nós, Jesus é nosso Irmão mais velho e como igreja, estamos juntos, não em uma instituição ou organização, mas em uma família. 

Todos nós somos membros da mesma família, mostrando a natureza de Deus como Pai. 

O que é exigido de nós? 

  • Obediência aos comandos de nosso Pai. 
  • Jesus obedeceu de forma irrestrita até a morte na Cruz, e é o “Filho modelo” para todos os cristãos. 
  • Devemos amar uns aos outros porque Deus Pai também tem muitos outros filhos, que consequentemente são nossos irmãos. Isso nem sempre é fácil. Como diz o ditado, você pode escolher seus amigos, mas não pode escolher sua família. Como família, temos que aceitar uns aos outros. 

___

Mensagem ministrada por Marcello Quinta, no domingo 02/03/2025. Assista abaixo essa  mensagem:

Av Henry Ford, 1380, São Paulo | 11 3275-1006 © 2025 Igreja Porta da Paz | Todos os direitos reservados