
Discípulo ou Fã? O tema desta mensagem abre caminho para este mês de consagração, e traz a nós uma pergunta que nos faz avaliar o nosso compromisso com Deus.
Muitos buscam a fama. A sociedade de hoje é medida pela quantidade de likes ou seguidores que possuem, e por isso essa tem sido a preocupação de muitas pessoas. As pessoas de hoje em dia querem parecer bem diante das pessoas, e as redes sociais vieram para alimentar isso, e criar uma nova cultura, uma nova forma nova forma das pessoas interagirem e se relacionarem. No contexto da sociedade atual, é muito fácil seguir muitas pessoas, e isso não requer compromisso algum. Diante disso, como você poderia se considerar, em relação a Cristo, um discípulo ou fã?
A quantidade de fãs emocionados e fama nunca foram importantes para Jesus. Muitas vezes Jesus despedia as multidões. Ele nunca se preocupou com quantidades, a popularidade e o aplauso das multidões, mas sempre buscou um compromisso verdadeiro. Diante disso, reflita: qual é a forma que você tem seguido a Jesus?
Quem é Jesus para você?
Qual é o seu relacionamento com Jesus? Quem Ele é para você?
Você é um daqueles que, como o apóstolo Pedro, pode responder “Jesus, tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”, e não dito da boca para fora, mas sim por ter isso como algo revelado pelo Pai? Essa verdade precisa estar gravada em nosso interior, para que a nossa natureza e identidade seja mudada, e assim nos convertamos em um verdadeiro cristão, sendo uma reprodução de Cristo em Seu caráter e missão.
Olhemos para o capítulo 6 do Evangelho de João. Ali vemos Jesus cercado de uma multidão, pois Ele havia realizado muitos milagres e curas. Aquela multidão ficou tão emocionada, que queriam colocá-lo como rei à força. Vemos no versículo 15 que aquele alvoroço da multidão Ele sai sozinho, se retira e vai ao monte. Seus discípulos entram em um barco para irem à outra margem, e em mais um sinal extraordinário, Jesus vai ao encontro deles andando sobre as águas. Depois disso novamente a multidão o busca, indo atrás d’Ele por causa dos milagres, e aqui chegamos ao centro deste ensino: quando Jesus se apresenta como O Pão da Vida.
O Pão da Vida
Ali Ele está ensinando: parem de se preocupar com o pão, o milagre, o dia de hoje, aquilo que é do homem. Atentem para mim, que sou o Pão da vida, pois o que tenho a vocês é a vida eterna. Em outras palavras, ele dizia: não sejam mais seguidores emocionados, mas discípulos genuínos.
O que notamos é que o capítulo começa com uma multidão o seguindo, por causa dos milagres, e quando Ele começa a pregar em linguagem de aliança, de compromisso, as pessoas começam a voltar atras. Deu um grupo de mais de 20 a 30 mil, provavelmente, temos ao final praticamente apenas um grupo de 12. Jesus está nos chamando a um compromisso de aliança. Ele não busca fãs, não busca apenas seguidores emocionados, como seguidores de uma rede social. Ele deseja firmar um compromisso de vida, uma aliança com você.
‘Então, Jesus declarou: ― Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. ‘ João 6:35
‘Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.’ João 6:51
Jesus está dizendo que Ele é capaz de satisfazer as nossas verdadeiras necessidades, que é muito mais de tudo o que precisamos hoje. Ele tem poder para mudar a nossa história de vida, a nossa natureza; levar-nos da morte para a vida eterna.
Muito mais do que apenas um milagre
Muitos continuam buscando Jesus com as motivações incorretas, buscando apenas a sua própria satisfação, e as suas necessidades do dia de hoje. É preciso voltar os olhos para a eternidade, e para aquilo que nos dá a verdadeira satisfação.
‘Jesus disse: ― Em verdade lhes digo que, se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em vocês mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu permaneço nele. Como o Pai que vive me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. Este é o pão que desceu do céu. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre.’ João 6:53-58
Esse é o discurso que escandalizou as pessoas, e fez com que a multidão fosse embora. Jesus estava falando ali de um compromisso sagrado e profundo, usando uma linguagem de aliança de sangue, que era o que Ele estava prestes a fazer na cruz do calvário.
Jesus costumava a falar por meio de parábolas, as quais Ele depois explicava somente a seus discípulos, para que aqueles que ali estavam apenas por curiosidade ou com motivações incorretas não pudessem compreender. Ele não buscava fãs. Buscava os verdadeiros discípulos, aqueles que verdadeiramente pagavam o preço necessário para estarem ao Seu lado, o amavam e estavam dispostos a aprender e reproduzir os seus ensinos.
Aqueles que são apenas fãs
Os fãs são aqueles que seguem sem compromisso. São curiosos, admiradores, entusiastas, até contribuem com algo desde que não lhe custe, pois não são comprometidos de verdade, não são parte. Eles são emocionados, podem até amar e depois odeiam; se são contrariados e suas expectativas não forem correspondidas, eles vão embora. Lamentavelmente, assim é que muitos se portam hoje. Se dizem cristãos, mas não tem raízes, não tem compromisso verdadeiro com Cristo, apenas assistem. Até se emocionam com as palavras, mas não são capazes de ouvir a voz de Deus. Eles não têm uma revelação de que Cristo é o Messias.
Compromisso de Aliança
Jesus chamou aquela multidão a um compromisso de aliança.
Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram:
― Dura é essa palavra. Quem pode suportá‑la? ‘
‘Sabendo no íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que tinham ouvido, Jesus lhes disse: ― Isso é motivo de tropeço para vocês? João 6:60-61
‘Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui‑lo. Jesus perguntou aos Doze: ― Vocês também não querem ir? ‘ João 6:66-67
‘Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus. ‘ João 6:68-69 (ARC)
Em nossos dias de hoje, o compromisso que mais se assemelha a este tipo de relacionamento que Jesus estava propondo é o matrimônio — uma aliança de amor ante tudo se torna comum entre ambas as partes. Trocam os nomes, assinam um contrato, fazem isso na presença de Deus, há juramentos feitos em forma de votos de amor. Algo solene e sagrado, que não pode ser quebrado. E foi dessa maneira que Deus escolheu se relacionar conosco. A Bíblia começa com um casamento e termina em um casamento.
Esse é o padrão de compromisso e relacionamento que Cristo pede de nós. Não se trata apenas de ver ao prédio aos domingos pela manhã, mas trata-se de um compromisso para toda a vida, como o marido e sua mulher.
Um relacionamento de Amor
Não se trata de religião ou de rituais para seguir. Muitos questionam: qual é o mínimo que eu preciso fazer para ser salvo? Pensa-se, por exemplo, que não precisa ir para o culto, pois pode assistir do sofá de casa. Isso é o mínimo que se pode fazer, e não o melhor que se pode fazer, àquele a quem deveríamos ter um compromisso de vida, pois Ele deu a vida por nós.
Um casamento, por exemplo, só pode funcionar bem se ambos derem o melhor de si um para o outro. Imagine se um casal se concentrasse apenas em fazer o mínimo necessário para permanecer casado. Este casamento prosperaria? Jesus disse: quem não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo. Ele já deu 100% de si à você. O quanto você tem dado a Ele?
É justamente este relacionamento de aliança que a Páscoa significa. Não importa o que você viveu até aqui. Ele está te chamando a viver ao lado d’Ele. Ele tem um plano perfeito para você, está te chamando a se santificar, pagar um preço, e ser um verdadeiro discípulo nesta geração.
As Ordenanças
Há duas ordenanças deixadas por Jesus para Sua Igreja. Elas são elementos representativos ou simbólicos de uma experiência ou realidade interior. São elas o Batismo e a Ceia do Senhor. Dois ritos importantes da fé cristã, e os dois falam de aliança.
O Batismo nas águas representa uma aliança, onde expressamos que estamos nos unimos a Cristo em sua morte (ao baixar nas águas), sepultamento (ao estar submerso) e ressurreição (ao levantar-se nas águas) com Cristo, para então viver em novidade de vida. Para que um batismo seja válido, é preciso arrependimento de pecados, a fé em Cristo Jesus, e uma disposição de firmar com Cristo uma aliança eterna.
‘Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, desavenças, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas. Eu os advirto, como antes já os adverti: aqueles que praticam essas coisas não herdarão o reino de Deus. Entretanto, o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Gálatas 5:19-23
Aquele que vive na prática do pecado não herdará o Reino de Deus.
Este mesmo símbolo e significado é o que vemos na Ceia do Senhor. O mesmo compromisso que nos submetemos com Cristo, e expressamos no Batismo, nós renovamos a cada vez em que juntos com nossos irmãos celebramos a Ceia.
Portanto, reflita uma vez mais: Discípulo ou Fã? Quem de fato é Cristo, para você? O Senhor nos chama a uma verdadeira consagração, a um novo nível de compromisso e de aliança, na Sua presença.
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Mensagem ministrada pelo apóstolo Fábio Bolzan, no domingo 06/04/2025. Assista abaixo essa mensagem: